O BODE E A MAÇONARIA
"E tu, Daniel, encerra estas palavras e
sela este livro, até ao fim do tempo;
muitos correrão de uma parte para
outra, e o conhecimento se multiplicará...
E ele disse: Vai, Daniel, porque estas
palavras estão fechadas e seladas até ao
tempo do fim."
Daniel 12:4,9
Sempre despertou curiosidade dos profanos a vinculação que os maçons têm com a figura do bode, chegando ao ponto dos irmãos chamarem-se mutuamente de "bodes". A figura acabou sendo identificada pela Igreja e, mais recentemente, pelos evangélicos como sendo uma prova da vinculação da Maçonaria com o satanismo.
O bode sempre foi uma figura importante nas tradições dos povos antigos, sendo-lhe atribuídas características que são simbolicamente vinculadas com o processo de iniciação. No dia da
consagração do Tabernáculo, Aarão imolou um bode pelos pecados do povo,
por que essa era uma tradição antiga que dizia que esse animal possuía
características especiais que o faziam ser capaz de catalisar os
influxos espirituais do povo. Devemos nos lembrar da antiga prática judaica de oferecer a Deus o "bode expiatório" para perdoar os pecados do povo.
O nosso mais célebre e saudoso escritor Maçônico Brasileiro Ir.’. José Castellani (In Memoriam) escreveu:
A origem desta denominação data do ano de 1808. Porém, para saber do
seu significado temos necessidade de voltarmos no tempo. Por volta do
III ano d.C. vários Apóstolos saíram para o mundo a fim de divulgar o
cristianismo. Alguns foram para o lado judaico da Palestina. E lá,
curiosamente, notaram que era comum ver um judeu falando ao ouvido de um
bode, animal muito comum naquela região. Procurando saber o porquê
daquele monólogo foi difícil obter resposta. Ninguém dava informação,
com isso aumentava ainda mais a curiosidade dos representantes cristãos,
em relação àquele fato. Até que Paulo, o Apóstolo, conversando com um
Rabino de uma aldeia, foi informado, de que aquele ritual era usado para
expiação dos erros. Fazia parte da cultura daquele povo contar a alguém
da sua confiança, quando cometia, mesmo escondido, as suas faltas;
ficaria mais aliviado junto à sua consciência, pois estaria dividindo o
sentimento ou problema.
Mas por que bode? – Quis saber Paulo. É porque o bode é seu
confidente. Como o bode não fala o confesso fica ainda mais seguro de
que seus segredos serão mantidos, respondeu-lhe o Rabino. A Igreja,
trinta e seis anos mais tarde, introduziu, no seu ritual, o
confessionário, juntamente com o voto de silêncio por parte do padre
confessor – nesse ponto a história não conta se foi o Apóstolo que levou
a idéia aos seus superiores da Igreja; o certo é que ela faz bem à
humanidade, aliado ao voto de silêncio. O povo passou a contar as suas
faltas.
Voltemos a 1808, na França de Bonaparte, que após o golpe dos 18
Brumário, se apresentava como novo líder político daquele país. A
Igreja, sempre oportunista, uniu-se a ele e começou a perseguir todas as
instituições que não governo ou a Igreja.
Assim a Maçonaria, que era um fator pensante, teve seus direitos
suspensos e seus Templos fechados; proibida de se reunir. Porém, irmãos
de fibra na clandestinidade, se reuniram, tentando modificar a situação
do país.
Neste período, vários Maçons foram presos pela Igreja e submetidos a terríveis inquisições.
Porém, ela nunca encontrou um covarde ou delator entre os Maçons.
Chegando a ponto de um dos inquisidores dizer a seguinte frase a seu
superior:
- “Senhor este pessoal (Maçons) parece “BODE”, por mais que eu flagele não consigo arrancar-lhes nenhuma palavra”.
Assim, a partir desta frase, todos os Maçons tinham, para os
inquisidores, esta denominação: “BODE” – aquele que não fala o que sabe
guardar segredo.
Fiel às instruções de Deus, como Daniel, os maçons até hoje mantém o sigilo sobre seus mistérios, guardando o segredo como recomendado por Deus.
Veja mais:
http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2168398
http://www.obreirosdeiraja.com.br/o-bode-na-maconaria-2/